domingo, 19 de junho de 2011


Engraçado, mas olhe o que nos restou. Está tudo escancarado, só não consigo acreditar.Silêncio. Nada. Folhas, fotografias, lembranças rasgadas. Teu perfume fragmentado sobre minhas roupas antigas, e um coração amassado e despedaçado perdido dentro de mim. Tantas expectativas resultaram em tantas mágoas. E se tu pudesses escolher, optaria por ser diferente? Ou melhor, faria diferente? Não nos vemos mais. Não nos falamos mais. Não mantemos mais contato.Já não dói mais, porém hoje, restou a saudade. A nostalgia. As lágrimas que escondi durante um tempo, para não demonstrar que meu chão havia sido arrancado de meus pés. Por tanto tempo fingi não me importar, fingi que não estava machucada. O desespero tomava conta de mim, enquanto te via indo embora por linhas tortuosas. Você por algum acaso, teve conhecimento do quanto eu sofri? De como tua indiferença cortou? Esse nada machuca. Essa merda de silêncio dói, por mais irônico que seja. Tu manténs as lembranças? Lembra-se das tardes incontáveis passadas debaixo das sombras do limoeiro? O segredo que nos rondava, o proibido que acalentava. Vez ou outra, me pego voltando para agosto. Voltando para aquela época que tanto prezei, e que hoje em dia já não faz mais diferença. Se o amor era tanto, por que o fim chegou tão rápido? Se a história era tão bela, por que fiz questão de esquecer? Se era eterno, por que acabou?

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